Aqui querem-se coisas simples como o Sal e a Pimenta, mas que fazem toda a diferença. Só não convém abusar na dose...

17/07/2007

Entre a coragem e a loucura vai uma curta distância


O Sr. Saramago defende que Portugal deveria se uma região autónoma de Espanha.

Nos artigos que saíram no "The Independent" e no "Diário de Notícias" explica-se a visão futurista deste homem.

Com os seus 85 anos e um prémio nobel, faz-me lembrar um palavrão que ouvi pela primeira vez há mais de 20 anos e nunca esqueci: "créditos ideosincráticos". Fez-me lembrar uma pessoa que já faleceu e todos admirávamos e que com a sua elevada idade se dava ao luxo de aparecer na sala de jantar com mais de 100 pessoas, em pantufas e era bem capaz de dar o golpe na fila, isto sem que alguém tivesse qualquer coisa a dizer ou apontar. Significa que era um estatuto tal que permitia estas diferenças. Será que o Sr. Saramago está aqui a usar parte dos seus créditos ideosincráticos?

Please Mr. Saramago, explain us, the benefits of such an idea!

8 comentários:

ELA disse...

Eu conheci esse senhor de pantufas. Era uma pessoa extraordinária. Julgo que estás a falar de alguém especial que marcou a nossa juventude.

Sal e Pimenta disse...

É verdade! E era preciso muito estofo e uma grande sabedoria para conseguir lidar com tanto filho de tanta mãe, todos malta nova num ambiente universitário com a rebeldia ainda própria dessas idades e ainda assim conseguir o respeito, empatia e amizade de cada um.

JMQ disse...

Não percebo porque as pessoas se escandalizam por alguém expressar o que é óbvio: mais tarde ou cedo Portugal será espanhol. Nós só conseguimos a Restauração da independência porque certos países na altura nos apoiaram para abrirem mais uma frente de combate na sua guerra frente a Espanha. E o que conseguimos com isso?

O problema está em que Espanha (Castela) SEMPRE FOI CENTRALIZADORA. E nos lugares por onde passou, foi um facto que a sua politica era de extinguir os povos que subjugavam, não de os integrar. Será que Espanha preservava a cultura e as tradições portuguesas, o que nos distinge como um povo? Duvido que sim. Se bem que haja o exemplo da Catalunha que conseguiu uma autonomia considerável (o País Basco é outra história, pois afecta também a França).

Saramago expressa um sentir comum a muito português.

JMQ disse...

Não percebo porque as pessoas se escandalizam por alguém expressar o que é óbvio: mais tarde ou cedo Portugal será espanhol. Nós só conseguimos a Restauração da independência porque certos países na altura nos apoiaram para abrirem mais uma frente de combate na sua guerra frente a Espanha. E o que conseguimos com isso?

O problema está em que Espanha (Castela) SEMPRE FOI CENTRALIZADORA. E nos lugares por onde passou, foi um facto que a sua politica era de extinguir os povos que subjugavam, não de os integrar. Será que Espanha preservava a cultura e as tradições portuguesas, o que nos distinge como um povo? Duvido que sim. Se bem que haja o exemplo da Catalunha que conseguiu uma autonomia considerável (o País Basco é outra história, pois afecta também a França).

Saramago expressa um sentir comum a muito português.

Sal e Pimenta disse...

Admito que outros portugueses pensem assim. Aliás já o ouvi a outras pessoas. E o tipo de argumentação foi similar.

Mas ainda não tenho a resposta ao que perguntei:
Quais seriam os benefícios para nós hoje e qual o grau de certeza desses benefícios?

JMQ disse...

Nao é uma questão de deve e haver, de beneficios e prejuízos, é uma questão prática, de identidade de povos. O que distingue um português de um espanhol? A língua sim, mais?

E realidade que temos hoje é a Europa. E se dizes que há tantos concelhos e freguesias, não haverá países também a mais?

Sal e Pimenta disse...

A língua, e principalmente a atitude.

Se não diz-me: Já pensaste seriamente em ires um dia viver com a tua família para Espanha? Porque não? Se há essa identidade tão grande?

JMQ disse...

Se eu arranjasse emprego na minha especialidade e a esposa alinhasse ia, podes ter a certeza. Ou se fosse 20 anos mais novo e sem filhos...

Agora, gosto de ir a Espanha uma vez por ano, no minimo.